AS DIFICULDADES NO PROCESSO DE ENSINO DO CONTEÚDO DE HISTÓRIA DO BRASIL COLONIAL
Daniel Rodrigues de Lima
UFAM
Introdução
Tem-se como
objetivos a atingir: Geral: Identificar as dificuldades que os professores
possuem no Ensino de História do Brasil Colonial. Enquanto os específicos são:
Conceituar o que é História do Brasil Colonial; Analisar o espaço destinado nos
livros didáticos ao conteúdo de Brasil Colonial; e Identificar como os
professores interveem para poderem suprir as dificuldades.
O tema é
relevante no sentido de sermos talvez pioneiros em tratar sobre as dificuldades
que o conteúdo de História do Brasil Colonial proporciona ao professor, pois
não se conseguiu encontrar suportes bibliográficos que tratassem exclusivamente
do tema. Porém somente do ensino de História do Brasil por completo.
A
metodologia empregada consiste em uma revisão bibliográfica e nos diálogos e
entrevistas com os professores Marcelo Monteiro e Janaína Barreto, onde nos
permitiram entender quais são suas dificuldades no ensino do conteúdo de
História do Brasil Colonial.
Além disso,
analisa-se o livro didático que estes professores utilizam em suas aulas para
entendermos qual o espaço destinado ao conteúdo, onde se tem o livro “História:
Sociedade e Cidadania” de Alfredo Boulos Junior (2009) como fonte de analise,
em que este é relativo ao sétimoano do ensino fundamental.
Brasil
Colonial: Forjando Conceitos
O período compreendido que vai de 1500 (com a
chegada dos portugueses ao território que posteriormente o denominariam de
Brasil) até 1822 (com a Independência política do Brasil em relação a
Portugal), é o que tradicionalmente a historiografia tratou como Brasil
Colônia. Onde, Boris Fausto divide o período colonial brasileiro da seguinte
forma:
Podemos dividir a história do Brasil Colonial em três períodos
muito desiguais em termoscronológicos: o primeiro vai da chegada de Cabral à
instalação do governo geral, em 1549; o segundo é um longo lapso de tempo entre
a instalação do governo geral e as últimas décadas do
século XVIII; o terceiro vai dessa época à Independência, em 1822. O que
justifica essa periodização não são os fatos apontados em si mesmos, mas sim
aquilo que expressam. O primeiro período se caracteriza pelo reconhecimento e
posse da nova terra e um escasso comércio. Com a criação do governo geral
inicia-se a montagem da colonização que irá se consolidar ao longo de mais de
dois séculos, com marchas e contramarchas. As últimas décadas do século XVIII
são uma referência para indicar um conjunto de transformações na ordem mundial
e nas colônias, que dão origem à crise do sistema colonial e aos movimentos pela
independência. (1995, p.41)
Souza e Sayão (2011) entendem a colonização
do Brasil como um processo de dominação dos portugueses, onde segundo os
autores: “Temos que entender que o
processo de povoamento e colonização do Brasil não foi um ‘conto de fadas’, mas
sim um processo histórico doloroso, principalmente para os povos nativos,
processo este repleto de rupturas”. (2011, p.39). Caio Prado Júnior dando
sentido à colonização portuguesa no Brasil nos informa que:
[...] No
alvorecer do séc. XV, a história portuguesa muda de rumo. Integrado nas
fronteiras geográficas naturais que seriam definitivamente suas, constituindo
territorialmente o Reino, Portugal se vai transformar num país marítimo;
desliga-se, por assim dizer, do continente e volta-se para o Oceano que se
abria para o outro lado; não tardará, com suas empresas e conquistas no
ultramar, em se tornar uma grande potência colonial. (1997, p.20-21)
Dessa forma compreendemos que colonizar um
território consistia em tomar posse e dominar, onde se buscava povoar, defender
e administrar seu novo empreendimento econômico, Prado Junior salienta:
Nestas
condições, ‘colonização’ ainda era entendida como aquilo que dantes se
praticava; fala-se em colonização, mas o que o termo envolve não é mais que o
estabelecimento de feitorias comerciais, como os italianos vinham de longa data
praticando no Mediterrâneo, a Liga Hanseática no Báltico, mais recentemente os
ingleses, holandeses e outros no Extremo-Norte da Europa e no Levante; como os
portugueses fizeram na África e na Índia. Na América a situação se apresenta de
forma inteiramente diversa; um território primitivo habitado por rala população
indígena incapaz de fornecer qualquer coisa de realmente aproveitável. Para os
fins mercantis que se tinham em vista, a ocupação não se podia fazer nas
simples feitorias, com um reduzido pessoal incumbido apenas do negócio, sua
administração e defesa armada; era preciso ampliar estas bases, criar um
povoamento capaz de abastecer e manter feitorias que se fundassem e organizar a
produção de gêneros que interessassem ao seu comércio. A idéia de povoar surge
daí, e só daí. (1997, p. 24).
Compreende-se que o termo colonização é um
conceito que significa o estabelecimento ou fundação de áreas comerciais fora
dos domínios de origem, que podem funcionar como entrepostos de comércio com
estabelecimentos militares, mas sem intenção de povoamento (feitorias) como na
África e Índia, o outro tipo de colonização é a do tipo de exploração e
povoamento de uma dada região, onde se transplanta e cria-se um aparelho
burocrático, político, administrativo e militar com o objetivo de povoar e
servir como lugar fornecedor de riquezas em forma de matéria primas à
metrópole, e depois como local de escoamento de produtos manufaturados ou
industrializados fazendo, com isso, o pacto colonial funcionar.
O Espaço
destinado pelo Livro Didático ao conteúdo de História do Brasil Colonial
Pretende-se neste momento entender o espaço
reservado que os autores de livros didáticos legaram aos conteúdos de História
do Brasil Colonial, onde o livro didático base que utilizamos será “História:
Sociedade e Cidadania” de Alfredo Boulos Junior, que é utilizado nos sétimos
anos de ensino fundamental, pelos professores de história Marcelo Monteiro da
Escola Estadual Rosina Ferreira da Silva e Janaina Barreto da Escola Estadual
Maria Rodrigues Tapajós.
O livro didático é um material produzido sob
a encomenda do Ministério da Educação (MEC), onde foram distribuídos pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), fazendo parte do Plano Nacional
do Livro Didático-PNLD.
“História: Sociedade e Cidadania” de Alfredo
Boulos Junior é um recurso didático produzido de acordo com a percepção da
História Integrada, ou seja, busca-se integrar História Geral e do Brasil, em
padrão de acordo com a periodização cronológica em estudo, onde as subdivisões
didáticas tradicionais da história são: Pré-história, História Antiga, História
Medieval, História Moderna e Contemporânea. Acerca desse estudo de Historia
Integrada a historiadora Circe Bittencourt nos informa:
Em
decorrência dessa corrente de análise, surgiu uma produção didática denominada
História Integrada. Trata-se de uma abordagem que apresenta inovações, dentre
elas a de procurar introduzir o tempo sincrônico, que permite estabelecer nas
relações tempo/espaço e contexto histórico, apesar de manter alógica de
construção de conteúdos pela ordenação cronológica. [...]. (2004, p.187)
A obra que analisamos é desenvolvida em suas
divisões em quatro unidades, composta ao todo de quinze capítulos, onde temos:
1ª) A Europa medieval, 2ª) Árabes, africanos e chineses, 3ª) Mudanças na Europa
e, por fim, 4ª) América e Europa.
O que observamos é que dos quinze capítulos
da obra apenas três tratam especificamente da colonização portuguesa na
América, onde o capítulo onze da unidade quatro do livro fala dos “Povos
indígenas no Brasil” antes da chegada dos europeus e o que esta representou a
essas populações.
O capítulo quatorze intitulado “Colonização
portuguesa: administração”, que trata das primeiras expedições extrativas de
pau-brasil, da implantação das capitanias hereditárias, da instalação do
governo geral e da expansão do catolicismo e a ação dos missionários no
território a colonizar.
Por fim, o capítulo quinze que trata sobre “A
economia e sociedade colonial”, buscando visualizar a economia açucareira, a
sociedade colonial, a presença dos holandeses no Brasil e a Guerra dos
Mascates.
Diante disso, o que percebemos é que o espaço
destinado ao conteúdo de História do Brasil Colonial é bem pouco, onde podemos
entender que se torna muito difícil seu ensino, pois se tenta em poucas páginas
ensinar aos alunos sobre processo tão complexo que é a formação do Brasil.
Devido a essa falta de espaço ao conteúdo de
História do Brasil em todos os seus períodos, a historiadora Circe Bittencourt,
informa que:
A diminuição
de conteúdos de História do Brasil nas diferentes séries do ensino fundamental
e médio possui um significado que não se situa na História Integrada enquanto
possiblidade de organização e seleção de conteúdo, mas na fundamentação teórica
e na lógica que a sustenta. Se a produção de História Integrada tem reservado pouca
importância a História Nacional, isso se deve a uma postura teórica
metodológica e a uma opção sobre as finalidades do ensino de História. Dessa
forma, em sentido oposto à atual forma de organização de conteúdos, poderia ser
feita uma História Integrada inversa, na qual a História Brasileira
constituísse a maioria dos tópicos e capítulos, dependo da abordagem e da opção
diante da problemática nacional e da concepção sobre a posição econômica e
política que o país ocupa na nova ordem mundial capitalista. (2004, p.188-189)
Acreditamos e concordamos com a autora, pois
entendemos que a História do Brasil, enquanto disciplina, deve ter maior espaço
nos programas da disciplina de História, e com isso, os conteúdos de História
do Brasil Colonial passam a ser amplamente explicitados e trabalhados em sala
de aula, pois são de extrema importância para entendimento de nossas relações
político-administrativas, além de nos dar entendimento acerca da formação do
Brasil como Nação, pressupostos esses que são herança de nosso período
colonial.
As
dificuldades dos professores no Ensino do conteúdo de História do Brasil
Colonial: nas escolas estaduais Rosina Ferreira da Silva e Maria Rodrigues
Tapajós
Nossa forma para compreender as dificuldades
dos professores em ensinar os conteúdos de História do Brasil Colonial,
consistiu em entrevistas, em que elaboramos duas perguntas apenas, que são as
seguintes: 1ª) Quais as dificuldades do ensino de História do Brasil
Colonial?;e 2ª) Como fazer para amenizar tais dificuldades?
Com tais questionamentos nos dirigimos aos
professores de História, de duas escolas da rede estadual de ensino, Marcelo
Monteiro e Janaina Barreto.
Nas conversas com os professores encontramos
um discurso semelhante sobre as dificuldades em ensinar História do Brasil
colonial, onde de acordo com as palavras destes temos:
Janaina
(Escola Estadual Maria Rodrigues Tapajós)- As maiores dificuldades são a falta
de vontade dos alunos de aprenderem a disciplina de História, além disso,
somam-se as dificuldades de leitura, e História requer muita leitura e
interpretação de texto, salas lotadas que causam a dispersão e falta de atenção
dos alunos, além da falta de acompanhamento dos pais com relação à estada dos
filhos na escola.
Marcelo
(Escola Estadual Rosina Ferreira da Silva)- As dificuldades maiores são fazer
com que os alunos se concentrem nas aulas, onde o déficit de atenção é enorme.
Os alunos acerca do entendimento do assunto de História do Brasil colonial
possuem dificuldades, pois não compreendem e não conseguem visualizar as
diferentes temporalidades históricas, e como o Brasil está inserido no tempo e
espaço histórico.
Diante do exposto pelos professores podemos
elencar que as principais dificuldades no ensino de História do Brasil Colonial
e no ensino da disciplina de História em Geral são: salas com número excessivo
de educandos o que dificulta a atenção, dificuldades em ler e interpretarem os
textos históricos, falta de interesse dos estudantes pelas aulas, o não
acompanhamento do desempenho escolar dos filhos por parte dos pais, e ainda,
grande parte os colegiais não possuírem na faixa etária de 11 e 12 anos de
idade, no 7º ano do ensino fundamental, grande capacidade de abstrair sobre os
assuntos da disciplina, ocasionando grandes dificuldades de entender e
compreender o que é ensinado.
Corroborando com que os professores nos dizem
acerca destas dificuldades, Deocirna Campos, fazendo estudo sobre e História e
prática pedagógica em escolas públicas do Rio Grande do Sul, nos informa sobre
as dificuldades dos professores em ensinar a disciplina, onde temos:
[...] a
criança antes dos 12 anos de idade [...] não teria condições de perceber o
tempo histórico, devido a grande necessidade de abstração que os conteúdos de
História exigem nesse momento. Devido à sua relação ainda muito direta com o
conhecimento apresentado de forma mais concreta e presente (a história da
família, do bairro, da cidade e até mesmo do Estado) a criança não consegue
abstrair, entender o que sejam 4000 anos antes de Cristo. Dessa forma, os
professores sentem-se desafiados e impotentes ao mesmo tempo. (2000, p. 136)
Além destas dificuldades elencadas destacamos
ainda, o seguinte, por termos analisado o livro didático visualizamos e
encontramos a falta de espaço aos conteúdos de História do Brasil, onde
assuntos tão complexos como História do Brasil Colonial, possuem apenas alguns
capítulos com poucas informações acerca do tema.
Outra questão é a prática pedagógica no
ensino de História, que torna por vezes seu ensino enfadonho, onde se
privilegiam apenas aulas expositivas e com conteúdos escritos no quadro, sem a
intervenção de outros recursos didáticos, onde o livro às vezes é o único
recurso utilizado, com isso, causa um desestímulo por parte dos alunos em
querer aprender o conteúdo.
Acerca dessa questão é que propomos o segundo
questionamento onde perguntamos: o que se pode fazer diante destas
dificuldades:
Janaina-
precisamos lançar mão de uma metodologia onde possamos fazer com que os alunos
passem a ver a disciplina de História e seus conteúdos, como partes tão
importante quanto às outras disciplinas, onde se tem a necessidade de nos
auxiliarmos das novas tecnologias para podermos ter um ensino mais dinâmico e
proveitoso, mostrando que o entendimento de História do Brasil Colonial pode
nos informar sobre as nossas formas políticas, econômicas, sociais e culturais,
em que temos heranças identificando as permanências e rupturas com relação ao
período.
Marcelo- o
professor pode suprir essas dificuldades de falta de atenção é com uma
metodologia onde a história do Brasil colonial esteja mais próxima à realidade
cotidiana dos alunos, mostrando que estes fatos do Brasil colonial estão
presentes ainda hoje em seu dia-a-dia, o professor deve se auxiliar do vídeo e
da imagem concatenados com o conteúdo do livro didático, creio que ajuda o
ensino do conteúdo e da disciplina de História em geral.
Verificamos que as
dificuldades no ensino não só dos conteúdos de História do Brasil Colonial,
existem, assim como da disciplina em geral, onde se busca auxílio de novas
metodologias, auxiliado pelas tecnologias digitais, para podermos elaborar
práticas que façam com que os educandos possam se interessar pela disciplina
História, pois está é de extrema importância para compreensão do ser humano ao
longo do tempo histórico, onde, a partir disto, o homem se entenda enquanto
sujeito e agente de sua história, e com isso, podendo influenciar e ser
influenciado pelo processo histórico que está inserido.
Acreditamos diante
dos que os nos informaram os educadores e obras que analisamos que a história
do Brasil Colonial apesar de possuir suas dificuldades em seu ensino, deve ser
trabalhada de uma forma dinâmica e próxima da realidade dos alunos, onde o
auxílio dos recursos didáticos é imprescindível, pois, com isso, os
profissionais da educação escapam de aulas meramente expositivas e passam a ter
aulas mais ilustrativas e compreensivas, fazendo os educandos se interessarem e
terem prazer em aprender o conteúdo ensinado.
Considerações Finais
O assunto em questão “As
Dificuldades no processo de ensino do conteúdo de história do Brasil Colonial”,
foi desenvolvido de uma maneira em que buscamos verificar que dificuldades eram
essas, onde os educadores Marcelo Monteiro e Janaina Barreto, que lecionam no
ensino fundamental de duas escolas da rede estadual de ensino, nos
proporcionaram a identificação de quais são esses problemas e como fazer para
suprir tais dificuldades e problemas.
Conseguimos
atingir todos os objetivos elencados, onde conceituamos o que é História do
Brasil Colonial, em que verificamos o ínfimo espaço reservado ao conteúdo de
História do Brasil colonial nos livros didáticos e que os professores se
utilizam de metodologias novas, auxiliadas pelas mídias tecnológicas para
suprir as dificuldades que os alunos têm em aprender os conteúdos, e os
educadores de os ensinarem.
O nosso
objetivo geral foi alcançado devido à identificação das dificuldades dos
professores em ensinar o conteúdo de História do Brasil Colonial, onde nos
indicaram as seguintes dificuldades: salas com número elevado de alunos o que
dificulta o trabalho e o atendimento do educador aos educandos; dificuldades de
ler e interpretarem os textos que são propostos acerca do conteúdo de História
do Brasil Colonial; a falta de acompanhamento dos pais ou responsáveis dos
alunos em seu desempenho escolar; falta de interesse dos alunos pelas aulas de
História e dificuldade na abstração e cognição, devido à faixa etária dos
alunos do 7º ano do ensino fundamental, não os permitirem por muitas vezes a
compreensão de processos históricos tão complexos.
Além dessas
problemáticas elencadas contemplando nosso objetivo geral, dissemos ainda, que
as dificuldades estão presentes no ensino de História do Brasil Colonial devido
a: pouco espaço reservado aos conteúdos de História do Brasil e a prática
pedagógica de alguns profissionais que não possuem domínio de conteúdo, e com
isso, prendem-se totalmente ao livro didático e fazem os alunos copiarem
extensos textos do quadro branco em seus cadernos, com isso, fazendo uma aula
enfadonha e chata, dificultando seu ensino.
Por fim,
muito ainda há a se pesquisar sobre as dificuldades em ensinar conteúdos de
História do Brasil Colonial aos nossos alunos, contudo acreditamos ter
encontrado vários problemas e algumas formas de tentar amenizá-los para um
ensino mais prazeroso e, por conseguinte um aprendizado eficiente e eficaz,
capaz de formar alunos críticos e reflexivos através do ensino da disciplina de
História.
REFERÊNCIAS
BITTENCOURT,
Circe. Identidade Nacional e Ensino de História do Brasil. In: KARNAL, Leandro
(org.). História na sala de aula:
conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2004.
CAMPOS,
Derocina Alves. A História e a Prática Pedagógica. In: ALVES, Francisco das
Neves; TORRES, Luiz Henrique (orgs.). Anais
do IX Ciclo de Conferências Históricas.
Rio Grande do Sul: Fundação Universidade do Rio Grande, 2000.
FAUSTO,
Boris. História do Brasil.2ª ed. São
Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995.
PRADO
JUNIOR, Caio. Formação do Brasil
Contemporâneo: Colônia. 23ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1997.
SOUZA,
Evandro André de; SAYÃO, Thiago Juliano. História
do Brasil Colonial.Indaial: UNIASSELVI, 2011.
FONTES
BOULOS
JÚNIOR, Alfredo. História: Sociedade
e Cidadania. 7º Ano. São Paulo: FTD, 2009.
Entrevista
concedida pelo professor Marcelo Monteiro de Oliveira da Escola Estadual Rosina
Ferreira da Silva, onde leciona do 7° ao 9° nos turnos matutino e vespertino,
em 21.08.2012.
Entrevista
concedida pela professora Janaína Barreto, que leciona no ensino fundamental e
médio na Escola Estadual Maria Rodrigues Tapajós, em 21/09/2012.
Boa tarde Daniel,
ResponderExcluirno seu texto você apresenta as dificuldades que o professor enfrenta ao ensinar temas relacionados a temática do Brasil Colonial. Nesse sentido, é informado que os livros didáticos (o que foi analisado) demandam pouco espaço para este tema. Como os livros didáticos das escolas estaduais são financiados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, qual seria a relação (e se há alguma) entre o pouco espaço dado a esse tema nestes materiais e o PNE (plano nacional da educação) ou o MEC?
Emilene Ceará Barboza (professora de História da Escola Técnica de Campinas- SP).
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirBom dia, Emilene,
ExcluirAcredito que os livros didáticos sofrem as ações editoriais e até autorais que passam a privilegiar em suas páginas conteúdos ou temas de História Geral em detrimento da História do Brasil.
No que tange a legislação brasileira, o artigo 26 de LDB 9.394/1996, no seu paragrafo 4 diz: O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes
culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena,
africana e européia. E os PCN's também dão ênfase no Ensino de História do Brasil. O que quero dizer aqui, é que a História do Brasil é importante e deve ter o mesmo espaço que é destinado para História geral.
Por fim, existe legislação sobre o Ensino de História do Brasil, as editoras e autores cumprem, contudo movidos pelas ideias do neoliberalismo e da globalização, dão ênfase ao geral em detrimento ao nacional.
Daniel, primeiramente parabéns pelo trabalho! Tenho duas perguntas: 1 - Na sua opinião, quais alternativas temos - em face do enorme conteúdo a ser ministrado em aula - para aprofundarmos a chamada História Antiga e conteúdos que, ao que parece, já são entendidos como 'antigos' visto essa defasagem enorme no tema Brasil Colonial? ; 2 - Com o uso da Internet tem se falado muito em novas metodologias, porém vejo a Internet apenas como uma nova ferramenta e não como um novo método. Um novo método consistiria em usar da linguagem da Internet/do computador para novas atuações psico-pedagógicas, do contrário só temos o mesmo conteúdo(e muito defasado) numa tela, num dispositivo de imagem. Como você vê esse apontamento que distingue ferramenta e imagem?!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirBom dia Rafael,
ExcluirPara aprofundarmos os conteúdos de História Antiga, acredito que o professor deve ser um pesquisador atuante, no sentido de estar em contato com que se tem de mais nestas pesquisas, e diante disso, se pode apresentar os conteúdos em sua linguagem mais atual e dinâmica.
Na segunda questão, o uso da internet é uma ferramenta que deve ser colocada dentro de uma metodologia de trabalho. A internet pode funcionar na dinâmica do ensino no sentido de proporcionar aos alunos serem sujeitos ativos no processo de construção do conhecimento, pois lhes possibilita pesquisar e até manter contato com as mais variadas fontes que ajudam no processo de produção e escrita da História.
"Além destas dificuldades elencadas destacamos ainda, o seguinte, por termos analisado o livro didático visualizamos e encontramos a falta de espaço aos conteúdos de História do Brasil, onde assuntos tão complexos como História do Brasil Colonial, possuem apenas alguns capítulos com poucas informações acerca do tema."Esses livros não possuiriam poucas informações sobre o Brasil colonia, pelo fato de ter pouco registro histórico desse período?Marineide da Silva Sousa
ResponderExcluirmarineidesousa34@gmail.com
Boa Tarde Marineide,
Excluirnão acredito nisso, os registros sobre o Brasil Colônia são diversos e podem ser encontrados desde os documentos oficiais produzidos pela coroa portuguesa e até na literatura, em pesquisas arqueológicas, obras de arte e muito mais.
A questão é puramente de escolha editorial e autoral me parece, e com isso, ocorre esta falta de espaço para a História do Brasil Colonial.
A maior parte dos alunos acreditam que estudar o Brasil Colonial é apenas falar sobre Portugal. Como professor que podemos fazer para que os alunos se interessam por acontecimentos que vem depois da chegada dos portugueses?
ResponderExcluirSirlene Pio
Boa noite Sirlene,
ExcluirDevemos compreender que antes da chegada dos portugueses existiam habitantes no Brasil, é importante resgatar a história milenar das populações que viviam no Brasil.
Podemos demonstrar e fazer com que os alunos se interessem pela História do Brasil Colonial dinamizando as aulas e utilizando filmes, fontes escritas, imagens, internet como fomento de pesquisa e entre outros.
Deve-se promover o debate, em que se temos que demonstrar que a história do Brasil não foi um conto de fadas, mas uma história feita de lutas, conquistas, perdas, onde homens mulheres e todos os sujeitos sociais são participes deste processo.
O ensino de História deve ser valorizado, pois está é de extrema importância para compreensão do ser humano ao longo do tempo histórico, onde, a partir disto, o homem se entenda enquanto sujeito e agente de sua história, e com isso, podendo influenciar e ser influenciado pelo processo histórico que está inserido.
Olá Daniel.
ResponderExcluirPensando as limitações do livro didático, como você percebe a inserção de outros documentos em sala de aula, pelo professor de história?
Atenciosamente:
João Pedro P. Rocha
Boa noite João,
ExcluirPenso que o trabalho com documentos é de extrema valia, pois dessa forma os estudantes percebem que o que está sendo estudado é real ou pelo menos uma representação do real, dessa forma, passam a compreender que o conhecimento acerca do passado humano pode ser reconstruído a partir de diversos vestígios deixados e elaborados pelo homem.
O trabalho com documentos é uma forma de dinamizar as aulas, saindo da enfadonha aula expositiva, que muitas vezes é um monólogo, ocorrendo pouca participação dos estudantes. Diante disso, o trabalho com documentos: escritos, imagens, moedas etc.é de extrema relevância tornando a disciplina viva e dinâmica.
A historia do brasil colonial tem dificuldade de ser apresentada por o numero de alunos nas salas de aula ser numerosas e pouco intertece dos alunos.por esse motivo o professor tem que se dinâmico e criativo.
ResponderExcluirExato e diante do que os nos informaram os educadores e obras que analisamos, a história do Brasil Colonial, apesar de possuir suas dificuldades em seu ensino, deve ser trabalhada de uma forma dinâmica e próxima da realidade dos alunos, onde o auxílio dos recursos didáticos é imprescindível, pois, com isso, os profissionais da educação escapam de aulas meramente expositivas e passam a ter aulas mais ilustrativas e compreensivas, fazendo os educandos se interessarem e terem prazer em aprender o conteúdo ensinado.
ExcluirAo afirmar que ( " ...) o que percebemos é que o espaço destinado ao conteúdo de história do Brasil colonial é bem pouco,(...)", o autor contata o que todos os professores não só de história reclamam:todos nós temos pouquíssimas aulas para conteúdos vastíssimos. Não seria o momento de selecionar os conteúdos de maior relevância e aplicá-los de modo mais dinâmico?
ResponderExcluir2 - As dificuldades citadas pelo autor são as mesmas em todas as disciplinas. O que fazer diante desse quadro tão triste?
Boa noite Devanir,
ExcluirAcredito que a seleção de conteúdos é uma opção pertinente, pois dessa forma realmente se aplica-los de forma mais dinâmica. Esta seleção, porém, deve respeitar ao meu ver a consonância com as problemáticas sociais, politicas, econômicas e culturais em cada processo histórico.
Assim, o PNE e os PEEs, devem ser mecanismos para uma discussão curricular ampla no que tange a Educação brasileira em sua execução em sala de aula. Deve-se valorizar uma proposta curricular com temas ou conteúdos que proporcionem realmente um ensino que preparem para a cidadania, em que os ambientes escolares possam proporcionar a valorização da ética, moral, respeito e solidariedade.
Se o povo indígena foi tão importa na colonização do Brasil, por que os índios hoje são tão desvalorizado?
ResponderExcluirBelarmina Ribeiro de Sousa
Bom dia Berlamina,
Excluiras sociedades indígenas são tão desvalorizadas no contexto atual pelo fato de haver uma cultura baseada no etnocentrismo e eurocentrismo, que se orienta pela questão da "civilização", tão logo culturais tradicionais, com valores milenares são desvalorizados.
Devemos entender que os povos indígenas partilharam valores, costumes, linguagem e entre outas questões, com portugueses e africanos, constituindo o tripé da sociedade brasileira em formação durante o período colonial.
Não podemos ver a sociedades indígenas como atrasadas e incivilizadas, mas apenas como culturas diferentes que merecem e respeito.
Se a história do Brasil não é completa, como apresentar este conteúdo para os alunos na sala de aula?
ResponderExcluirMera Lucia Braga
Nenhuma história é completa, March Bloch dizia que o passado não pode ser mudada, mas que o conhecimento sobre o passado está em constante transformação. Pois, a cada nova pesquisa, a cada novo olhar sobre o passado os historiadores reescrevem o passado.
ExcluirAs pesquisas que temos disponíveis atualmente devem ser transpostas ao ensino e com isso os alunos ficam inteirados sobre o que de mais novo a historiografia proporciona sobre a escrita da História. Diante disso, o professor deve ser mais que mero repassador dos conteúdos dos livros didáticos, ele deve ser pesquisador ativo e atuante, e dessa forma consegue transpor discussões atuais sobre o rumo da escrita da história.
Professor Vanderlei Aparecido Felix - Parabéns pelo trabalho e pela pesquisa com os dois professores, visto que foi levantada as questões de sala de aula (como desinteresse dos alunos e dois pais, poucas aulas e mal distribuição de conteúdos). Penso que o Ensino da História do nosso Brasil colonial deveria ser mais tratada pelos livros.
ResponderExcluirBoa noite
ExcluirO ensino de História do Brasil realmente deve ser valorizado, onde o ensino de nossa história nos ajuda compreender melhor nosso momento presente.
Concordo que uma aula com vários recursos pedagógicos é muito mais atraente para os alunos, porém acredito que o meio educacional exige as reflexões e leituras intensas, como é no caso da História. Gostaria de saber como isso pode ser embutido na realidade dos alunos? Natania Teixeira
ResponderExcluirBoa noite Natania,
ResponderExcluirAcredito que estas leituras intensas podem e devem ser feitas buscando novas linguagens que se desprendam da rigidez metódica
. Estas linguagens pode ser atraves da literatura, poesia, quadrinhos e etc.