OS
PROGRAMAS DE TV COMO FONTE PARA O DESENVOLVIMENTO D PENSAMENTO HISTÓRICO
Janaína Jaskiu
SEED PR / FACINTER
Os
meios de comunicação de massa estão presentes no cotidiano das pessoas,
principalmente dos/as adolescentes. Não basta criticar aquilo a que eles/as
assistem, veem ou ouvem, mas é necessário tomá-los enquanto objeto de
questionamentos. É preciso estimular uma consciência histórica crítica-genética
para que possam compreender aquilo que lhes é dito através de qualquer mídia.
Hoje se tem claro a função da escola enquanto uma instituição em que o
aprendizado vai além dos conhecimentos sistematizados pelas disciplinas
escolares, é, na verdade, uma instituição na qual se aprendem conteúdos sociais
e culturais associados a comportamentos, valores e ideias políticas. Diante
disso e da identificação das novas gerações como pertencentes à cultura das
mídias, conforme afirmou Bittencourt, é “fundamental o cuidado com o método de
leitura dos meios de comunicação (...), de maneira que se propicie uma análise
crítica das informações e do próprio suporte de comunicação.” (BITTENCOURT,
2009, p.109). Além disso, proporcionar o uso de fontes, numa perspectiva
dialógica, na qual o/a professor/a apresenta o objeto de estudo ao/a aluno/a e
reaprende devido ao processo de estudá-lo com outros sujeitos na educação
histórica, proporciona o desenvolvimento da autonomia intelectual para a
leitura do mundo em que vive.
Educação
Histórica é uma linha
de investigação no campo da aprendizagem histórica, fundamentada na
epistemologia da História e na metodologia de investigação das ciências
sociais, que tem como foco “as ideias históricas que os sujeitos constroem a
partir de suas interações sociais” (CAIMI, 2009, p. 70), podendo ser problematizadas,
tornando-se um conhecimento mais elaborado. Trata-se de usar a memória coletiva
como ponto de partida para produção do conhecimento histórico, fazendo com que
os/as alunos/as se percebam enquanto sujeitos históricos, “porque a compreendem
e nela intervêm” (idem), desenvolvendo assim a chamada consciência histórica.
Para Jörn Rüsen, a consciência histórica faz parte dos indivíduos e ocorre
quando o conhecimento interiorizado, “(...) torna-se parte da ferramenta mental
do sujeito e é utilizada, com alguma consistência, como orientação no
quotidiano”. (SCHMIDT; BARCA; MARTINS, 2011, p. 16).
A disciplina de História na Educação
Básica pode incorporar o material veiculado pela TV como fonte para produção de
conhecimento, considerando que eles desenvolvem-se partindo de um conjunto de
linguagens básicas e subdividem-se em gêneros específicos. Marcos Napolitano
propõe uma espécie de “alfabetização” para a leitura dos programas de
televisão, estimulando uma reflexão crítica sobre os conteúdos transmitidos e incorporando-os
como fontes de aprendizado. Não se tem aqui a pretensão de vencer a televisão
ou endeusá-la, mas problematizá-la enquanto meio de comunicação que atinge
grande parcela da população. Uma análise crítica do documento televisual pode
ser mais eficiente do que o “costumeiro exercício de retórica pseudocrítica, no
qual alunos e professores falam mal da televisão, do ‘sistema’, da ‘alienação’
durante as aulas e, ao chegar aos seus lares, na solidão e no silêncio, se
entregam à sua luz mágica e abismal.” (NAPOLITANO, 2009, p.161)
Para iniciar o trabalho com programas
de televisão é preciso ter muito claro o objetivo que se quer atingir,
selecionar o tema e/ou conteúdo que se quer abordar e organizar um arquivo
pessoal com as fontes a serem utilizadas, respeitando sempre os direitos
autorais. Cada programa precisa ser “assistido e pautado” como aponta
Napolitano, identificando nome, gênero, direção, duração, emissora e ano de
produção; pensando sempre nas “três dimensões complementares do fenômeno social
da TV: EMISSÃO – MENSAGEM – RECEPÇÃO.” (NAPOLITANO, 2008, p. 63). Muitas vezes
é possível partir da mensagem veiculada pelo programa para a identificação de
emissores e receptores. Em outros momentos é interessante optar por atividades
paralelas como pesquisas para identificar o perfil do público, bem como a
audiência do programa. Ao analisar o emissor importa considerar quem produziu o
programa, que pode ser um núcleo da própria emissora ou uma produtora
independente que compra o horário para veicular seu programa.
O trabalho com telejornais mostra-se
bem relevante para análise da posição ideológica da emissora, bem como se
produz um fato histórico. Uma estratégia interessante é assistir a telejornais
em emissoras diferentes e comparar a ênfase dada às notícias. Também se pode
comparar os destaques dados pelos jornais impressos aos destaques da TV.
As telenovelas são fontes riquíssimas
para o trabalho em sala de aula, pois apresentam a visão sobre um período
histórico ou a sociedade atual em suas contradições, valores, comportamentos.
Importa lembrar que não é uma produção neutra, que os capítulos que vão ao ar
são pensados, discutidos pela equipe de produção e editados. Assim como os
receptores também não são meros espectadores e, de certa forma, participam da
“trama”, uma vez que os índices de audiência interferem nos rumos da história.
A análise de seriados pode ser feita considerando esses mesmos princípios.
Outros gêneros televisivos também
podem servir como fonte para o trabalho em sala de aula, como os filmes de
publicidade e propaganda e os videoclipes musicais. A propaganda repassa uma
ideologia e a publicidade vende um produto. Utilizar uma propaganda e/ou
publicidade de forma pedagógica implica problematizá-la considerando o público
a que se destina.
O videoclipe musical é uma fonte
interessante para ser problematizada junto aos jovens, pois representa o
imaginário juvenil sendo muito consumido por esse público, imprimindo-lhes
valores morais, ideológicos, sociais e culturais, principalmente a partir da
década de 80. “(...) até meados da década de 1970, a música era composta para
ser ouvida e dançada. A partir daí, ela é produzida cada vez mais para ser
vista (...), frequentemente subordinada ao império da imagem.” (NAPOLITANO,
2010, p.256). Nesse caso a análise enquanto fonte pode ser realizada,
considerando o contexto de produção e articulando letra-música-imagem.
Em todas essas análises importa
“observar a televisão como uma nova experiência social do tempo histórico que
faz confluir o ‘real’ e o ‘imaginário’ no fluxo do presente”. (NAPOLITANO,
2010, p.283) Não se trata de reproduzir na escola um hábito cotidiano de
assistir á TV, mas utilizar a programação que atinge grande parte da população
como ferramenta pedagógica considerando quem é o emissor, qual a mensagem que
veicula e quem a recebe. É claro que cada grupo fará uma leitura de acordo com
as representações de mundo que tem, mas cabe aqui o papel do/a professor/a
mediador/a para que essa fonte seja problematizada e ressignificada levando à
produção do conhecimento e ao desenvolvimento do pensamento histórico.
REFERÊNCIAS
BITTENCOURT,
Circe. Ensino de História: fundamentos e métodos. 3 ed. São Paulo: Cortez,
2009.
CAIMI, Flavia Eloisa.
“História escolar e memória coletiva: como se ensina? Como se aprende?” In:
ROCHA, Helenice A. B.; MAGALHÃES, Marcelo de Souza; CONTIJO, Rebeca
(orgs). A escrita da história escolar: memória e historiografia. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 2009.
NAPOLITANO, Marcos. “A História depois do papel”. In: PINSKY, Carla Bassanezi
(org).Fontes Históricas. 2 ed. 2 reimp. São Paulo: Contexto, 2010.
______. “A televisão como documento”. In:
BITTENCOURT, Circe (org). O saber
histórico na sala de aula. 11 ed. 2 reimp. São Paulo: Contexto, 2009.
______. Como
usar a televisão na sala de aula. 7 ed. 1 reimp. São Paulo: Contexto, 2008.
SCHIMIDT, Auxiliadora; BARCA, Isabel;
MARTINS, Estevão de Rezende (orgs). Jörn
Rüsen e o Ensino de História. Curitiba: Ed. UFPR, 2011.
Qual outra metodologia pode ser usada para auxiliar na formação da Consciência Histórica no educando além dos programas de TV?
ResponderExcluirElaine Neves de Oliveira
Olá Elaine!
ExcluirAo considerarmos o conceito de consciência histórica proposto por Rüsen (orientação da vida prática), qualquer fonte problematizada a partir dos conhecimentos prévios dos alunos pode ser de grande valia. No entanto, é preciso ter claro que o uso de fontes para o ensino de história requer conhecimento teórico de como abordá-la para que não seja vista como ilustração e/ou recurso didático.
Visto que a TV faz parte da realidade da maioria dos alunos hoje em dia, gostaria de saber se os programas direcionados ao educativo, é de melhor aproveito, ou é valido outros que não tenha essa finalidade? Natania Teixeira
ResponderExcluirOlá Natania!
ResponderExcluirPenso que precisamos instrumentalizar nossos alunos para a “leitura” do mundo em que vivem. Sendo a TV ainda um meio de comunicação que atinge muitas pessoas é fundamental que os programas por ela veiculados sejam problematizados.
Um programa produzido para uso educativo também precisa ser olhado enquanto fonte considerando quem o fez, quando e os motivos de se abordar tal temática, a que público se destina etc. Ele necessita do mesmo “tratamento” que qualquer programa. Talvez seja mais evidente o “conteúdo” que se queira trabalhar, enquanto que em um programa humorístico, por exemplo, é preciso discutir o não dito, aquilo que não está explícito, como a sociedade daquele período, os valores éticos e morais em questão etc.
Atualmente, as séries de TV tem tido uma enorme preocupação com seus roteiros e sua direção de arte. Tempos atrás, o único filme que seria exibido em sala seria "O Nome da Rosa" e mesmo assim para discutir Idade Média e não para discutir Historiografia. A pergunta é: você já lançou mão de tal experiência? O resultado foi positivo, no sentido de que os alunos aprendem ou ao menos veem a possibilidade de utilizar a historiografia como ferramenta?!
ResponderExcluirOlá Rafael!
ExcluirSua observação é muito pertinente. A Historiografia mudou muito desde o final do século XIX e o ensino de História não acompanhou essa mudança. Porém, muito se tem discutido sobre a articulação entre teoria e prática. A historiografia ou a teoria da História auxilia o professor quando da preparação de sua aula, do recorte no conteúdo básico, da seleção de materiais e no trabalho com a fonte, mas ela não será “o conteúdo” a ser estudado.
Utilizei com alunos um episódio da série “A grande família”. Esse programa humorístico foi escolhido devido à grande audiência na faixa horária em que foi apresentado, que o fez permanecer no ar por quatorze temporadas ininterruptas. Além disso, ele é um remake da série de mesmo nome já exibida pela emissora entre os anos de 1972 e 1975 e retrata o cotidiano de uma família de classe média urbana que vive no subúrbio de uma grande cidade.
A temática abordada foram as relações de gênero. Claro que é necessário o tratamento enquanto fonte: quem fez, quando, para quem, qual a intencionalidade etc. O resultado foi muito interessante. Os alunos fizeram considerações sobre a condição da mulher no mundo atual a partir do vídeo e perceberam as diferentes masculinidades presentes. Foi uma atividade muito positiva.
Oi Janaina,tudo bem???
ResponderExcluirExcelente texto,parabens.Muito explicativo e interessante temática.
Por gentileza,gostaria de fazer uma pergunta:
Ao dizer que seria possível usar novelas para ensinar um fato ou pensamento histórico,devemos levar em conta as ideias que permeiam a trama e o ponto de vista do autor dessa novela?
Já assisti novelas com temáticas históricas ,muito bem dirigida ,por sinal.Mas nem todos os fatos narrados aconteceram ,pois existe a romantizaçao e a liberdade artística do autor.
Sendo assim,faz-se necessário explicar o que seria ficção e o que seria realidade histórica para os alunos???
Muito obrigado pelo texto e se possível por mais esclarecimento.
Wander Alexandre Araújo Miranda . Bauru-SP
Trabalhar com programas de TV para a produção do conhecimento requer que os mesmos sejam tratados enquanto fontes históricas e como qualquer outra carrega a tensão entre evidência e representação. Sem dúvidas é preciso “dissecar” essa fonte considerando quem dirige, a que público se destina, perfil dos receptores etc. Importa ressaltar que, mesmo um documentário, não apresenta uma verdade absoluta, mas uma possibilidade de narrativa histórica. É necessário salientar que essa era a visão daquele grupo naquele momento em que o filme/novela/vídeo foi feito. Hoje, com as redes sociais, o público acaba interferindo nos rumos da trama e isso permite inferir sobre a sociedade do período.
ExcluirSegundo Bittencourt, é “fundamental o cuidado com o método de leitura dos meios de comunicação (...), de maneira que se propicie uma análise crítica das informações e do próprio suporte de comunicação.” Por que apontamento se faz necessário?
ResponderExcluirGerusa Carolina Kestering
OBS.: ESTA QUESTÃO FOI POSTADA NO DIA 11/05/2015, PORÉM DEVIDO A PROBLEMAS OCORRIDOS NO SISTEMA, NÃO FOI PUBLICADA, ENTÃO SEGUE POSTAGEM NOVAMENTE.
Olá Gerusa!
ExcluirQuando pensamos o uso de fontes para o ensino de História é necessário que façamos uso de um referencial teórico sobre aquele tipo de fonte. É preciso “interrogar” o meio de comunicação, considerar o grupo a que vinculado, os interesses, o público alvo, fazendo com que se perceba o “não dito” pelos programas.
Boa tarde Professora Janaína! Gostei muito do seu texto e de sua abordagem quanto a utilização da TV em sala de aula! Também utilizo diversas reportagens, seriados e programas nas minhas aulas do ensino fundamental e médio! Gostaria de saber se você conhece algum site que indique programas de tv para serem utilizados em sala de aula? e qual sua opinião sobre os vários DVDs enviados pelo governo federal para as escolas e que muitas vezes ficam abandonados pelos professores? (exemplo os programas da TVEscola). Obrigado pela atenção e sucesso!
ResponderExcluirOlá professor Anselmo!
ExcluirExistem sugestões de aulas no portal do MEC que podem dar algumas ideias.
Existem algumas produções da TV escola muito boas. No entanto, os vídeos produzidos precisam ser problematizados e tratados enquanto fonte. Precisamos evitar o uso como ilustração ou mesmo pra confirmar aquilo que dissemos em aula. Um programa produzido para uso educativo também precisa ser olhado enquanto fonte considerando quem o fez, quando e os motivos de se abordar tal temática, a que público se destina etc. Ele necessita do mesmo “tratamento” que qualquer programa.
Olá Janaina! Achei bem interessante seu texto. Apresenta aspectos do trabalho em sala com uso de telejornais, telenovelas, clipes musicais, programas de TV, eu fiquei pensando em utilizar também desenhos animados que passam em emissoras (desenhos das décadas de 1980, 90). Tu acredita ser possível essa utilização dos desenhos animados? Acho interessante particularmente os desenhos dos Jetsons, Simpsons, ou flintstones. O primeiro quem sabe para pensar a temporalidade, até que ponto aquelas projeções se efetivaram,quem sabe contraponto com os Flintstones.
ResponderExcluirRodrigo dos Santos (UNICENTRO)
Olá Rodrigo!
ExcluirÓtima ideia trabalhar com desenhos animados. Trabalho com desenhos do Chico Bento quando abordo cultura e do Zé Carioca com a política da boa vizinhança feita pelos Estados Unidos. É importante pesquisar quando o desenho foi criado, por quem, quais os interesses, quem foram os receptores etc, enfim, trata-lo como uma fonte para a produção do conhecimento.
alguma propaganda pode até ser aproveitada então porque não fazer uma propaganda que venha ajudar e não mostrar consumismo?
ResponderExcluirMera Lucia Braga
Olá Mera Lucia!
ExcluirConcordo com seu comentário. O que podemos fazer é problematizar a publicidade e/ou propagandas levando os alunos a questionarem os motivos, os horários, entre quais programas esses videos são veiculados. A função da História é dar instrumentos pra que desenvolvam uma leitura do mundo em que vivem.
Hoje os adolescente acham que tudo que está na mídia eles devem copiar e como mostrar a eles que algumas coisas são apenas modismos?Maria Aparecida Rodrigues Terra
ResponderExcluirPenso que precisamos instrumentalizar nossos alunos para a “leitura” do mundo em que vivem. Sendo a TV ainda um meio de comunicação que atinge muitas pessoas é fundamental que os programas por ela veiculados sejam problematizados. O ensino de História pode fazer isso. É preciso levá-los a pensar sobre o que veem, leem e/ou assistem.
ExcluirOs meios de comunicação vêm tendo uma crescente evolução. A televisão é um dos principais meios de comunicação de massa e a escola, nessa perspectiva audiovisual, faça da TV como objeto de estudo, conheça-lhe a linguagem, e como incorporar pedagogicamente. De tal modo na educação com a televisão, segundo Carneiro (2002, p 1) “se utilizam programas como estratégia pedagógica para motivar aprendizados, despertar interesses, problematizar conteúdos. E educar pela televisão significa comprometer emissoras a ofertas mais e melhores programas ao público infanto-juvenil”.
ResponderExcluirO que será necessário para que o aluno possa produzir o seu próprio conhecimento por meio da TV?
Sara Batista, Campo Mourão, sarinha.batista@hotmail.com
Olá!
ExcluirO trabalho com fontes em sala de aula seria o ideal, mas esse trabalho precisa de um aporte teórico de como tratar a fonte de forma que não vire a ilustração de um conteúdo. Penso que precisamos instrumentalizar nossos alunos para a “leitura” do mundo em que vivem. Sendo a TV ainda um meio de comunicação que atinge muitas pessoas é fundamental que os programas por ela veiculados sejam problematizados. O ensino de História pode fazer isso. É preciso levá-los a pensar sobre o que veem, leem e/ou assistem.
Acho muito importante buscarmos a compreensão e sentido histórico utilizando-se dos mais variados meios. Você acha importante frisarmos para os alunos que tanto os trechos de filmes, clipes musicais, novelas etc.também passam pela "transformação" intencional do professor?
ResponderExcluirAtenciosamente: José Roberto Wosgrau
Olá José!
ExcluirSem dúvidas é preciso que seja exposto que tudo tem uma intencionalidade até mesmo o recorte dado ao conteúdo trabalhado em sala de aula. Isso desenvolverá nos alunos uma capacidade de buscar essa "intenção" em tudo que os cerca.
Tendo em vista a quantidade de informação principalmente que as crianças recebem e sem maturidade para filtrá-las o que se deve fazer?
ResponderExcluirSonia maria Magni da Silva
Olá Sonia!
ExcluirDe fato isso não é coisa para se resolver em um ano letivo. Faz parte do desenvolvimento da consciência histórica de cada sujeito, a qual é formada por todas as experiências vividas. Penso que devemos instigar crianças e/adolescentes a refletirem sobre tudo o que veem ou ouvem: quem fez, para quem, qual a mensagem, qual o interesse etc. Isso renderá frutos a longo prazo. Importa ressaltar que às vezes subestimamos nossos alunos e quando indagados sobre a intencionalidade de algum programa suas respostas nos surpreendem.
Como aproveitar os programas de televisão no ensino de história, se hoje em dia tudo é voltado para a propaganda e o consumismo?
ResponderExcluirDaniela Aparecida da Silva
Olá Daniela!
ExcluirO trabalho com fontes em sala de aula seria o ideal, mas esse trabalho precisa de um aporte teórico de como tratar a fonte de forma que não vire a ilustração de um conteúdo. Penso que precisamos instrumentalizar nossos alunos para a “leitura” do mundo em que vivem. Sendo a TV ainda um meio de comunicação que atinge muitas pessoas é fundamental que os programas por ela veiculados sejam problematizados. O ensino de História pode fazer isso. É preciso levá-los a pensar sobre o que veem, leem e/ou assistem.
ResponderExcluirÉ visível que o uso dos conteúdos dos gêneros televisivos, já se encontra inserido no cotidiano escolar. Os conteúdos, destes gêneros, poderão ser ensinados aos alunos, por meio de Sequencias Didáticas (SD). Esta ferramenta tem como função a apropriação por parte dos alunos das capacidades de linguagem que um determinado gênero televisivo oferece.
Assim, um conjunto de atividades de uma SD, permite que o estudante escreva e fale de maneira mais adequada numa dada situação de comunicação ou esfera de comunicação.
Pergunta: É possível, o professor utilizar esta ferramenta pedagógica SD, para facilitar o ensino do conteúdo de história para seus alunos?
Marcianta Siqueira Bine
Creio que sim! Mesmo a narrativa proposta pelo livro didático pode ser muito útil desde que problematizada e não simplesmente reproduzida.
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